CARLOS AZEREDO MESQUITAThe Complete National Anthems of the World

Em “The Complete National Anthems of the World” explora-se a natureza banal e generalizada do nacionalismo moderno, infiltrado no nosso quotidiano sob a forma de pequenos símbolos e hábitos de linguagem que definem a ideia de “nós”. 

Tendo como ponto de partida os hinos nacionais, a performance aborda a história e as estórias, elementos da iconografia e da sociologia associados a estas canções. Reflecte sobre o papel que têm na construção da mitologia da nação e nas dinâmicas de inclusão e exclusão associadas a esse processo. 

No contexto do mundo contemporâneo em que o estado-nação é omnipresente – não há um único território do mundo que não pertença a um estado – e em que a pandemia e o regresso de guerras ao ocidente voltaram a pôr em evidência o peso das fronteiras, pretendo pintar um retrato multidimensional da complexidade deste símbolo.

Trata-se de uma performance que durará 10 horas, distribuídas por dois dias, durante as quais serão tocados cerca de 300 hinos – incluindo os hinos nacionais de todos os estados reconhecidos, mas também de estados não reconhecidos, movimentos independentistas, regiões autónomas, algumas províncias e organizações internacionais. Haverá um comentário às músicas e também uma série de depoimentos de várias pessoas sobre a relação e experiências pessoais que têm com hinos. O público pode entrar e sair livremente bem como deambular pelo espaço, e por cada hora que assista à performance cada espectador terá acesso a bebidas e comida.

Carlos Azeredo Mesquita é artista visual e criador de performance. Estudou design gráfico na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e fotografia na MOME Moholy-Nagy University of Art and Design em Budapeste. A sua performance mais recente, “Über Alles”, teve estreia no MAAT e no Teatro Municipal do Porto em 2021, e o seu primeiro espectáculo, “Diet Plan for the Western Man”, estreou na Bienal de Berlim em 2018. Com Luísa Saraiva co-criou o espectáculo “I know it when I see it”, com estreia no Festival Circular em 2019, e desenhou a cenografia de “HARK!” com estreia no Kampnagel Hamburg em 2022. O seu trabalho já foi exposto no Museu de Serralves, no MAAT, na Galeria Municipal no Porto, e em galerias várias várias onde se incluem Kubik Gallery no Porto, "PhotoIreland" em Dublin, na Untitled Gallery@Marwen em Chicago, na Vitrine Gallery em Weimar, e na Faur Zsófi Gallery em Budapeste. Recebeu o Prémio BES Revelação, e o Prémio Startpoint (CZ).