PROTÓTIPOS DO DESEJO INSTITUINTESanta Mònica para Sismógrafo

Agustín Ortiz Herrera, Antoni Hervàs, Assamblea Utopia Rambles, Beth Ferguson, Collectiu 1080, Giulia Grumi, Hogar Diska, Joana Moll, Las Mòniques, LEVE Project, Marina Monsonís, Mariona Moncunill, Sindihogar, Sofía Montenegro, Sara Dean

Curadoria de Clara Laguillo

Exposição
13 Set – 31 Out 2025

Inauguração
13 Setembro 2025
17:00–20:00

Assistente de curadoria Marina Frean

 

Protótipos do desejo instituinte é uma exposição-arquivo que traz ao Sismógrafo uma seleção de práticas experimentais em torno das novas institucionalidades, assumindo o relacional, o coletivo e o performativo como premissas para ressignificar os espaços da cultura. A proposta faz parte do projeto curatorial que tem sido desenvolvido, desde 2021, no Centro de Arte Santa Mònica, em Barcelona, e que, nesta ocasião, reúne projetos produzidos nesse período sob diferentes eixos temáticos e metodológicos.

A exposição apresenta projetos de artistas como Joana Moll, Antoni Hervàs, Sofía Montenegro, Agustín Ortiz, Giulia Grumi, Mariona Moncunill, Marina Monsonís, Beth Ferguson ou Sara Dean, e de coletivos como Sindihogar, Agitação Diska ou a Assembleia de Artistas da Utopía Ramblas, constituída por 44 artistas especialmente para um ciclo expositivo e dissolvida logo após o término da exposição.
A mostra procura aproximar-se à pergunta sobre o que um centro de arte pode vir a ser, num contexto em que as formas culturais e os seus lugares de enunciação estão fragmentados e em constante transformação, seja pela experiência híbrida com os mundos virtuais ou pelo uso constante de dispositivos de criação e difusão de imagens.

 

 

Agustín Ortiz Herrera estudou Belas-Artes na Universidade de Barcelona e realização de cinema na The New School University, em Nova Iorque. A sua prática artística desenvolve-se na intersecção entre o audiovisual, a performance e a instalação. Utiliza estes meios para explorar as possibilidades Queer num contexto patriarco-colonial alimentado pelo domínio da persuasão audiovisual e pela representação normativa da memória.

Antoni Hervàs estudou Belas Artes na Universidade de Barcelona. O seu trabalho desenvolve-se em torno do desenho, uma disciplina que permite absorver outras, como a performance, a escultura, a música ou a instalação, adotando novas corporalidades e questionando os limites que o definem. Interessa-se pela cultura popular, pela tradição oral, pela mitologia e pelos arquivos de resistência e, com esses espaços de coletivização, entrelaça estruturas narrativas com materiais acessíveis que rejeitam a nobreza e celebram a cicatriz.

Assembleia Utopia Rambles foi um coletivo de 44 pessoas, artistas e/ou curadoras que foram selecionadas através de uma convocatória pública para fazer parte do projeto Utopia Rambles, desenvolvido entre janeiro e maio de 2023, após uma fase de seleção realizada em outubro de 2022. Os critérios de seleção basearam-se no grau de compromisso e dedicação, na experiência ou motivação em trabalhar numa  federação de competências e nas capacidades de trabalho em relação ao imaginário utópico. Uma vez concluída a experiência neste período, a Assembleia foi dissolvida.

Beth Ferguson é professora assistente no Departamento de Design da Universidade da Califórnia, em Davis. É artista e designer ecológica, cuja prática combina design industrial com transporte sustentável, engenharia solar, resiliência climática e envolvimento público. Ferguson é diretora do Sol Design Lab e diretora-fundadora do Adapting City Lab.

Giulia Grumi estudou Cenografia na Academia di Belle Arti di Brera, em Milão, e complementou a sua formação com um ano no Institut del Teatre de Barcelona, onde se especializou em design e realização de vestuário para espetáculos. Trabalha há 15 anos como designer em teatro, circo e cinema.

Hogar Diska formou-se através de um apelo num grupo de apoio no Telegram, constituído por pessoas queer com dor crónica (50 participantes). Esse apelo foi feito por Consol Llupià García e responderam-lhe Tatiana Antoni Conesa, Silvia M. Limiñana, Eva Iovine e Usu. Assim, criaram um coletivo que, durante o processo de desenvolvimento e conceptualização da exposição Dorme no acidente que provoca, elaborou propostas de trabalho específicas para dar espaço a experiências habitualmente marginalizadas em contextos expositivos, como, por exemplo, a necessidade de descanso - físico e psíquico - nas propostas curatoriais. Hogar Diska foi reconfigurado e renomeado em 2024 como Agitación Diska e o seu objetivo atual é “agitar as estruturas no domínio da arte e da cultura através de uma abordagem crip, queer, anticapacitista e anticolonial”.

Joana Moll é artista e investigadora. O seu trabalho explora criticamente a forma como as narrativas tecno-capitalistas afetam a alfabetização das máquinas, dos seres humanos e dos ecossistemas.

Las Mònicas são artistas residentes no Centro de Arte que experimentam no âmbito relacional ou participativo de forma coletiva e transdisciplinar, organizados em sete grémios: comunicação, digitalização, edição, educação, espaços, gastronomia e participação. Selecionados anualmente por convocatória pública, desenvolvem protótipos de dispositivos de mediação artística para abrir a públicos diversos, os conteúdos, discursos e questões levantadas no Santa Mònica.

Leve Productora é formada por Eva Serrats, Francesc Pla e Daniel Cid. Começou como produtora audiovisual e, atualmente, atua em projetos de arquitetura, urbanismo e eventos culturais. Os projetos que desenvolveram têm motivações e formatos que vão desde o alojamento para pessoas sem abrigo até a sustentabilidade alimentar, passando por infraestruturas na paisagem ou tipologias habitacionais. Entre os seus projetos mais relevantes está o Pis Zero (‘Apartamento Zero’), uma nova tipologia de moradia temporária de baixa exigência para pessoas sem teto.

Marina Monsonís é artista visual e mediadora do Laboratório de Cozinha do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. Trabalha com movimentos sociais e projetos internacionais de arte pública enraizados na história, cultura, alimentação, ecologia e território, incluindo Geografias Apagadas (Erased Geographies). Tem desenvolvido uma variedade de projetos comunitários de arte e educação relacionados com as ciências marinhas, mapeamento coletivo, arte urbana, experimentação alimentar, história oral e biohacking.

Mariona Moncunill é artista, docente e investigadora. Licenciada em Belas-Artes e doutorada em Sociedade da Informação e do Conhecimento pela UOC. O seu trabalho artístico está sempre situado no contexto em que se desenvolve, investigando as formas de criação do valor simbólico e os sedimentos epistemológicos que moldam as convenções sociais e culturais. Entre as suas investigações artísticas contam-se a botânica, a museografia, a biblioteconomia e a medição do tempo.

Sindillar/Sindihogar nasceu em 2011, no Estado espanhol, e é o primeiro sindicato independente de mulheres migrantes trabalhadoras do serviço doméstico e dos cuidados.

Sara Dean é arquiteta e designer na costa oeste dos EUA. É professora assistente na California College of the Arts e fundadora do IF/THEN Studio. O seu trabalho investiga as oportunidades oferecidas pelas tecnologias digitais para envolver as cidades numa maior equidade e adaptabilidade, perante a dupla ameaça do Antropoceno e do capitalismo. Isto inclui trabalhos sobre catástrofes climáticas, economia colaborativa, ativismo digital, cartografia e o futuro das nossas cidades.

Sofía Montenegro desenvolve o seu trabalho entre a instalação, o som, a imagem e o cénico. Estudou Belas Artes e Estudos Culturais entre Utrecht e Madrid, e fez um mestrado em Art Praxis no Dutch Art Institute. A sua prática artística incorpora diversas metodologias que vinculam o visual ao sonoro e à ação no espaço, procurando formas de produzir imagens no pensamento.

 

Clara Laguillo é Licenciada em Humanidades e Doutorada em Filosofia, especializada em Estética Contemporânea. A sua área de investigação centra-se nos mal-estares temporais no contexto da digitalização, assim como na experimentação e investigação de formas dissidentes de temporalização. Dedica-se ao ensino, à coordenação e à prática curatorial. Uma das prioridades em toda a sua atividade profissional são os cuidados interpessoais.

Marina Frean é licenciada em Humanidades e possui um Mestrado em Antropologia Social e Cultural e um MA em Comissariado de Arte Digital. O seu trabalho situa-se na interseção entre a educação, a produção e a administração, e atualmente integra a equipa local da bienal nómada Manifesta. A sua prática alimenta-se de experiências em espaços como La Cuina do MACBA e do programa "Crear situacions" do Centro Santa Mònica. Os seus interesses incluem a mediação, as novas institucionalidades, as práticas artísticas contemporâneas situadas e o comum como potência política.

Em colaboração com

  • Santa Monica