RITA SENRAPedra que pariu

Sei das pedras parideiras há já muito tempo, mas só agora é que elas atravessaram o meu caminho para me ajudar a gritar alto: Pedra que pariu!

Para lá da simplicidade dos materiais e dos gestos que compõem as peças apresentadas, estão várias camadas de diferentes estados de emoção e consciência. Está ainda a dureza do trabalho que se faz em silêncio, de forma demorada, e que reclama nada mais do que a sua existência por si só – existir para ser contemplado.

Imóveis, rígidas, graníticas e milenares, depois de séculos de trabalho invisível e silencioso, as pedras parideiras também dão à luz.

Rita Senra (Barcelos, 1993) vive e trabalha no Porto. É licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas-Artes da UP. A sua prática artística desenvolve-se sobretudo através do desenho e da instalação, privilegiando o papel enquanto matéria-prima. Rita intervém de várias formas sobre diferentes papéis, testando os limites da sua resistência física para que eles persistam; assim, na sua obra, a fragilidade é característica contínua e surge para reclamar a força e a importância do que se aparenta vulnerável. Expõe o seu trabalho desde 2014 em momentos colectivos e individuais. Integra colecções privadas e a Colecção Municipal de Arte do Porto. Desde 2016 que é membro do Sismógrafo.