JUMANA MANNAFilmes e Estudos

Exposição
1 Jun – 20 Jul 2024

Quarta-feira a sábado 
21:00

Inauguração
1 Junho 2024
18:00–22:30

Conversa com a artista 
20:00

* Todos os filmes são legendados em inglês

O Sismógrafo apresenta Jumana Manna: Filmes e Estudos, uma retrospectiva em torno da obra fílmica da artista palestina. De 1 de Junho a 20 de Julho, entre quarta-feira e sábado, serão apresentados todos os filmes realizados por Jumana Manna, com especial foco para Foragers, o seu filme mais recente. Esta exposição apresenta ainda três sessões de filmes de outros artistas. Jumana Manna: Filmes e Estudos conta semanalmente com um clube de leitura desenhado em colaboração com a artista, onde a partir da sua obra se aprofundarão discussões em torno das relações de ocupação e colonialismo do território e do povo palestiniano. Como é habitual, a exposição contará com um programa público, desta feita com um workshop desenvolvido pelos Landra.

Jumana Manna é artista visual e cineasta. A sua obra explora as formas como o poder é articulado, focando-se na relação do corpo, terra e matéria com as heranças coloniais e históricas dos espaços. Através da escultura, do cinema e ocasionalmente da escrita, Manna lida com os paradoxos das práticas de preservação, particularmente nos campos da arquitectura, agricultura e do direito. O seu trabalho atende às tensões entre as tradições modernas de categorização e conservação e a indisciplina da destruição, a vida e as suas regenerações. Jumana cresceu em Jerusalém e vive actualmente em Berlim.

 

Em solidariedade com a Palestina
Cessar fogo imediato
Acabar com o Cerco
Acabar com o Apartheid

Programa completo de filmes

Sáb 1 Jun Foragers (19:00, 21:00)     
+ Conversa com Jumana Manna (20:00)

Qua 5 Jun  Foragers (64 min)
Qui 6 Jun  Foragers (64 min)
Sex 7 Jun  Foragers (64 min)
Sáb 8 Jun  Wild Relatives (64 min)

Qua 12 Jun  Wild Relatives (64 min)
Qui 13 Jun  Clube de Leitura (18:30) + Foragers (64 min)
Sex 14 Jun  Foragers (64 min)
Sáb 15 Jun  Jumana's Friends 1  Fertile Memory, Michelle Khleife (89 min)

Qua 19 Jun  Foragers (64 min)
Qui 20 Jun  Clube de Leitura (18:30) + Wild Relatives (64 min)
Sex 21 Jun  Foragers (64 min)
Sáb 22 Jun  A Magical Substance Flows Into Me (66 min) + A Sketch of Manners (12 min)

Qua 26 Jun  A Magical Substance Flows Into Me (66 min) + A Sketch of Manners (12 min)
Qui 27 Jun  Clube de Leitura (18:30) + Foragers (64 min)
Sex 28 Jun  Wild Relatives (64 min)
Sáb 29 Jun  Jumana's Friends 2
Basma Al-sharif, We Began By Measuring Distance (19 min)
Jumana Manna, The Goodness Regime (21 min)
Basma Al-sharif, The Story of Milk and Honey (10 min)
Jumana Manna, Blessed Blessed Oblivion (21 min)
Basma Al-sharif, Home Movies Gaza (24 min)

Qua 3 Jul  Foragers (64 min)
Qui 4 Jul  Clube de Leitura (18:30) + Foragers (64 min)
Sex 5 Jul  A Magical Substance Flows Into Me (66 min) + A Sketch of Manners (12 min)
Sáb 6 Jul  Foragers (64 min)

Qua 10 Jul  Foragers (64 min)
Qui 11 Jul  Clube de Leitura (18:30) + A Magical Substance Flows Into Me (66 min) + A Sketch of Manners (12 min)
Sex 12 Jul  Foragers (64min)
Sáb 13 Jul  Jumana's Friends 3
Mahdi Fleifel, I signed the petition (10 min)
Shuruq Harb, White Elephant (11 min) 
Oraib Toukan, Via Dolorosa (21 min)
Oraib Toukan, Offing (20 min)

Qua 17 Jul  The Goodness Regime (21 min) + Blessed Blessed Oblivion (21 min)
Qui 18 Jul  A Magical Substance Flows Into Me (66 min)
Sex 19 Jul  Wild relatives (64 min)

Sáb 20 Jul  Foragers (64min)

Sinopses

Jumana Manna, Foragers, 2022, 64 min
1, 5, 6, 7, 13, 14, 19, 21, 27 Jun
3,4, 6, 10, 12, 20 Jul
Com um humor irónico e um ritmo compassado, Foragers retrata os dramas em torno da prática da recolha de plantas selvagens comestíveis na Palestina/Israel. Filmado nas Colinas de Golã, na Galileia e em Jerusalém, o filme utiliza imagens de ficção, documentários e imagens de arquivo para retratar o impacto das leis israelitas de protecção da natureza nestes costumes. As restrições proíbem a recolha de 'akkoub, semelhante à alcachofra, e za'atar (tomilho), dando origem a multas e a julgamentos de centenas de pessoas apanhadas a recolher estas plantas nativas. Enquanto os representantes do Estado israelita se escudam nos seus conhecimentos científicos e insistem no seu dever de protecção, para os palestinianos, estas leis constituem um disfarce ecológico para os afastar ainda mais da sua terra. Seguindo as plantas desde a natureza até à cozinha, seguindo as perseguições dos apanhadores e da patrulha da natureza até às defesas em tribunal, Foragers capta a alegria e o conhecimento incorporados nestas tradições, bem como a sua resistência à lei proibitiva. Ao reformular os termos e os constrangimentos da preservação, o filme levanta questões em torno da política de extinção, nomeadamente quem determina o que pode ser extinto e o que pode continuar a viver.

 

A Magical Substance Flows Into Me
A Magical Substance Flows Into Me

Jumana Manna, Wild Relatives, 2018, 64 min
8, 12, 20, 28 Jun
19 Jul
Nas profundezas da terra, sob o permafrost do Ártico, no Cofre Global de Sementes de Svalbard, armazenam-se as sementes de todo o mundo, para servirem de reserva em caso de catástrofe. Wild Relatives parte de um acontecimento que despertou o interesse dos meios de comunicação social em todo o mundo: em 2012, um centro internacional de investigação agrícola foi forçado a mudar-se de Alepo para o Líbano devido à revolução síria que se transformou em guerra. Lá, iniciou um laborioso processo de plantação da sua coleção de sementes das reservas de Svalbard. Seguindo o percurso desta transação de sementes entre o Ártico e o Líbano, uma série de encontros revela uma matriz de vidas humanas e não-humanas entre estes dois pontos distantes da terra. Mostra a articulação entre esta iniciativa internacional de grande escala e a sua implementação local no Vale do Bekaa, no Líbano, levada a cabo principalmente por jovens mulheres migrantes. O ritmo compassado revela as tensões entre o Estado e o indivíduo, as abordagens industriais e orgânicas da conservação de sementes, as alterações climáticas e a biodiversidade, testemunhadas ao longo do percurso destas sementes.

 

A Magical Substance Flows Into Me
A Magical Substance Flows Into Me

Jumana Manna, A Magical Substance Flows Into Me, 2016, 66 min
22, 26 Jun
5, 11, 18 Jul
A Magical Substance Flows Into Me começa com uma gravação de voz do Dr. Robert Lachmann, um enigmático etnomusicólogo judeu-alemão que emigrou para a Palestina nos anos 30. Enquanto tentava criar um arquivo e um departamento de música oriental na Universidade Hebraica, Lachmann concebeu um programa de rádio, chamado “Música Oriental”, para o Serviço de Radiodifusão da Palestina, no qual convidava membros das comunidades locais a tocarem a sua música vernacular. Ao longo do filme, Manna segue os passos de Lachmann e visita judeus curdos, marroquinos e iemenitas, samaritanos, membros de comunidades palestinianas urbanas e rurais, beduínos e cristãos coptas, tal como existem hoje no espaço geográfico da Palestina histórica. Manna convida-os a conversarem sobre a sua música, enquanto se debruça sobre a história dessa música, bem como sobre o seu estado atual, por vezes ameaçado. Estes encontros com músicos são intercalados por uma série de vinhetas de interacções da artista com os seus pais nos limites da sua casa de família. Numa escavação metafórica de uma história incessantemente contestada, as preocupações do filme passam pelas complexidades da linguagem, pelo desejo e o aural setting contra a noção de impossibilidade. Dentro das ideias unidimensionais e estereotipadas sobre a Palestina/Israel, esta impossibilidade torna-se ela própria um tropo que define a paisagem palestiniana (-Negar Azimi).

Jumana Manna, A Sketch of Manners, 2013, 12 min
22, 26 Jun
5, 11, 18 Jul
Alfred Roch, membro da Liga Nacional Palestiniana, é um político com um ar boémio. Em 1942, no auge da Segunda Guerra Mundial, organiza aquele que será o último baile de máscaras na Palestina. Inspirado por uma fotografia de arquivo, A Sketch of Manners (Alfred Roch's Last Masquerade) recria uma faceta bon vivant não convencional da vida urbana palestiniana antes de 1948. Posando em silêncio para uma fotografia de grupo, os pierrots sem máscaras e melancólicos personificam acidentalmente a premonição de um futuro incerto.

Jumana Manna, Blessed Blessed Oblivion, 2010, 21 min
29 Jun
Um retrato da performatividade masculina em Jerusalém Oriental, tal como se manifesta nos ginásios, lojas de produtos corporais e salões de cabeleireiro. Inspirado em Scorpio Rising (1963) de Kenneth Anger, o vídeo utiliza a colagem visual e a banda sonora como complemento irónico. Psicologizando as personagens e, simultaneamente, seduzida por elas, Manna encontra-se num dilema, semelhante ao desejo conflituoso que anima o seu protagonista, quando este passa de um discurso abjeto a declamações de poesia heróica ou a descarados autoelogios.

Jumana Manna, The Goodness Regime, 2013,21 min
29 Jun
Um documentário experimental que explora os mitos e as imagens que conduziram à percepção da Noruega como uma nação de paz e benevolência. O elemento aglutinador é uma série de encenações feitas por crianças que narram os mitos e os acontecimentos históricos, referindo-se a personagens que impulsionaram a imagem da Noruega como uma nação de paz. Estas encenações são entrelaçadas com imagens de arquivo, discursos políticos e locuções de filmes de Hollywood. Numa desconstrução satírica do Goodness Regime que permeia a sociedade norueguesa, Manna e Storihle exploram os dilemas morais inerentes à história de uma das nações mais ricas do mundo.

Michelle Khleife, Fertile Memory, 1981, 89 min
15 Jun
Fertile Memory é a longa-metragem de estreia do realizador pioneiro Michel Khleifi. Misturando, de forma lírica, elementos documentais e narrativos, Khleifi elabora, com mestria e amor, um retrato de duas mulheres palestinianas cujas lutas individuais definem e transcendem a política que dilacerou os seus lares e as suas vidas. “Tanto Sahar como Romia estão presas à sociedade em que vivem, mas vivem de forma diferente essa prisão. Sahar possui as palavras, enquanto a Romia não. Romia existe, mas sem se definir como indivíduo. Ambas se sentem frustradas em relação à história, Sahar talvez duplamente pela consciência que tem dessa frustração, da solidão que lhe é imposta pela sua situação de divorciada. Já Romia aceita sem amargura a sua solidão após ficar viúva, porque decidiu que não há outro caminho. As palavras de uma personagem encurralam as da outra, eu insisti para que assim fosse, para que o espectador reagisse, participasse ativamente no filme, se tornasse cúmplice”.

Basma Al-sharif, We Began By Measuring Distance, 2009, 19 min
29 Jun
Fotogramas longos, texto, linguagem e som são entrelaçados para revelar a narrativa de um grupo anónimo que ocupa o seu tempo a medir distâncias. Medidas inocentes passam a medidas políticas, explorando a forma como a imagem e o som comunicam a história. We Began by Measuring Distance aborda o desencanto final com os factos quando o elemento visual não consegue comunicar o trágico.

Basma Al-sharif, The Story of Milk and Honey, 2011, 10 min
29 Jun
Através de uma delicada mistura de factos e ficção, contam-se os pormenores da tentativa de escrever uma história de amor passada em Beirute, no Líbano, narrada por uma voz anónima. Um conto de derrota transforma-se numa viagem com várias camadas que explora a forma como recolhemos informação, percebemos os factos e recriamos a história para satisfazer os nossos próprios desejos.

Basma Al-sharif, Home Movies Gaza, 2013, 24 min
29 Jun
Home Movies Gaza mostra-nos a Faixa de Gaza como um microcosmo do fracasso da civilização. Numa tentativa de descrever o quotidiano de um lugar que luta pelos direitos humanos mais básicos, este vídeo reivindica uma perspetiva a partir dos espaços domésticos de um território complicado, abandonado e impossível de separar da sua identidade política.

Mahdi Fleifel, I signed the petition, 2018, 11 min
13 Jul
Imediatamente após assinar uma petição on-line, um palestiniano é atirado para uma espiral de pânico e insegurança. Ao longo de uma conversa com um amigo, ele analisa, desconstrói e interpreta o significado da sua escolha de apoiar publicamente o boicote cultural a Israel.

Shuruq Harb, White Elephant, 2018, 12 min 
13 Jul
Utilizando imagens partilhadas na Internet por soldados israelitas durante a Guerra do Golfo, imagens da primeira Intifada ou de encontros de música trance, Shuruq Harb compõe o retrato de um adolescente palestiniano nos anos 90, no espelho da cultura pop israelita.

Oraib Toukan, Via Dolorosa, 2021, 21 min
13 Jul
Imagens filmadas pelo falecido fotógrafo e cineasta palestiniano Hani Jawharieh, em câmara lenta, estudadas e remontadas com material do local onde foram encontradas - pilhas de bobinas de filme descartadas por antigos centros culturais soviéticos em Amã, na Jordânia, acompanhadas de comentários da académica de literatura e cinema Nadia Yaqub. Via Dolorosa, em latim, (“Caminho do Sofrimento”, em árabe) é, ela própria, um percurso processional que Jawharieh filmou na sua cidade natal, Jerusalém.

Oraib Toukan, Offing, 2021, 29 min
13 Jul
Que narrativas escapam ao contexto da guerra? Como é que a luta e o desejo coexistem no contexto da guerra e como é que aqueles que sofrem o stress insondável da guerra, por sua vez, consomem os media? Offing foi produzido no rescaldo da ofensiva israelita de 2021 contra os palestinianos que residem na Faixa de Gaza sitiada por Israel. O filme combina as histórias pessoais do artista Salman Nawati, que vive em Gaza, com imagens filmadas por Toukan que se centram no sensível e no mundano como actos de vida. Mas também na inadequação da representação do sofrimento.

A Magical Substance Flows Into Me
A Magical Substance Flows Into Me

Folha de Sala

Exposição
1 Jun – 20 Jul 2024

Quarta-feira a sábado 
21:00

Inauguração
1 Junho 2024
18:00–22:30

Conversa com a artista 
20:00

* Todos os filmes são legendados em inglês