A Magnet Between Proteins and Sugar
Exposição
27 Fev – 14 Mar 2015
Inauguração
Sexta-feira, 27 Fevereiro 22:00
Entrada gratuita
Há uma genealogia que une a exposição "A Magnet Between Proteins and Sugar", de Marc Behrens, que foi inaugurada no dia 27 de Fevereiro. Essa é uma linhagem com elementos familiares, artísticos e musicais. Todos produzem aquilo que podíamos designar como uma política dos corpos, das imagens, dos sons. Há ainda uma outra dimensão: a proveniente das expedições na natureza e em locais simbolicamente relevantes. O trajecto tem origem na Alemanha e segue sobretudo os passos do pai e da mãe do autor. Convocam-se memórias de um tempo marcado pelas guerras, a segunda e a fria, que se lhe seguiu. Há histórias de espionagem e de sonhos por cumprir. Vêm depois os primeiros contactos com a arte: a Darmstadt de Beuys e também a de Cage, artistas com os quais a cidade procurou reconciliar-se: um mundo de fluxos, uma música nova. Nada seria como dantes: uma arte feita por todos, herdeira de Duchamp e de Satie.
É preciso seguir as linhas, para depois as desfazer: performances-tortura, arte animal, actos de guerrilha. Estamos entre quedas: um muro e duas torres, gémeas, por sinal. E aí, nesse espaço de tempo, outras guerras: Afeganistão, Iraque, Kosovo, Médio Oriente. Um ruído permanente de mísseis e de imagens virtuais. O todo em aceleração continuada, aqui e ali interrompido pela intensidade gerada em praças e ruas (Tahir, Syntagma, Wall Street), pela polifonia espectral da Amazónia ou pelo vácuo do deserto. Entretanto, os trabalhos plásticos, gráficos e sonoros vão-se sucedendo rapidamente. Nunca abandonando a fita magnética e as técnicas de “cut-up” entra também o digital nas composições geradas em computador de que o recente disco em colaboração com Atom™ constitui um exemplo : trata-se de uma obra construída desde 1987 até 2013, onde cabem múltiplos géneros musicais: do tecno à música concreta, da canção às gravações de campo, do noise à electrónica.
Em "A Magnet Between Proteins and Sugar" vai revisitar-se o percurso de Marc Behrens através de obras e documentos resgatados do seu arquivo pessoal. Cassetes dos anos 80, produzidas de forma artesanal, com recurso à fotocópia, colagens, edições limitadas, cartazes, trabalhos gráficos, experiências concretas, abstractas e informais, partituras, rituais e evocações de viagens e de histórias íntimas. São cerca de trinta anos que se alargam a muitos mais, tantos são os tempos convocados na exposição, no concerto e na audição que irão passar pelas salas do Sismógrafo. E se a montagem ou edição é um dos processos constantes no percurso deste autor podemos também afirmar que este procedimento serve precisamente para desmontar, para desregular, para desequilibrar os sentidos e as percepções, numa espécie de ars combinatoria formada por elementos recolhidos através das décadas de uma vida onde os encontros, as descobertas e os fantasmas se vão acumulando: Joseph Beuys, Cecil Taylor, Naked City, William Burroughs, Alejandro Jodorowsky, Ho. Turner, Chris Keller...
A exposição inaugurou no dia 27 de Fevereiro e esteve patente até 14 de Março. No sábado a seguir à inauguração, dia 28 de Fevereiro, teve lugar o concerto “Rita Braga & Marc Behrens Smile You Against the Wall”. E, finalmente, no sábado, dia 14 de Março, uma audição especial de uma peça sonora de Marc Behrens encerrou a exposição.
Exposição
27 Fev – 14 Mar 2015
Inauguração
Sexta-feira, 27 Fevereiro 22:00
Entrada gratuita