ARMANDA DUARTEAbafador

abafador

Reunida durante a incisiva brevidade de um verão, abafador nasce da primeira, e única, visita e, por isso, da relação imediata com um espaço de uma só entrada, em que a luz, totalmente artificial, é intensa, quer através da iluminação do tecto, quer da cor e matéria que cobrem o chão e o constituem. 
O chão é, deste modo, um plano oferecido e preparado que determina a recepção.
O confronto levou-me a lugares anteriores, meus e de outros.
Percorri um planalto muito ventoso, onde colhi.
Desfolhei os solos floridos de certas representações pictóricas medievais e renascentistas.
Passei por Matisse e por outros artistas seus contemporâneos, por momentos e coisas da vida comum e quotidiana.
Finalmente, toco Rimbaud a partir das voyelles, a que acedo lendo Adília Lopes no poema ao poeta dedicado e que transcrevo, de modo não completo:

o I é encarnado
é vermelho
ruge   
como o leão
range
como a madeira
grita
como a mulher
a parir

Ir
ira

Iraque

(…)

Armanda Duarte nasceu em 1961 na Praia do Ribatejo, Portugal. Vive e trabalha em Lisboa.

Apresentou o seu trabalho individualmente em: Dorso, Porta 14, Lisboa, 2019; Guarda, Museu de São Roque, Lisboa, 2018, tu (with Thierry Simões), Caroline Pagès Gallery, Lisboa, 2017; L’Art dans les Chapelles, curada por Eric Suchère, Pontivy, França, 2017; Tambor, Pavilhão Branco – Museu da Cidade de Lisboa, 2015; Bainha, O Armario, Lisboa, 2014; Levantamento, A Montra, Lisboa, 2014; Desculpa, grilo, roubei a tua casinha, Caroline Pagès Gallery, Lisboa, em 2012; Três degraus, uma laje, (curadoria Bruno Marchand), Chiado 8, Lisboa, em 2010; Uma Combinação 2 (com Linda Sanchez), Centre d'Art La BF15, Lyon, França, em 2009; Subtracções, Caroline Pagès Gallery, Lisboa.

Recentemente esteve presente nas colectivas: Segunda Metade do Céu, Casa Museu Arpad Vieira da Silva, Lisboa, 2019; Germinal – Secção Cabrita Reis na Fundação EDP Coleção de Arte, MAAT, Lisboa, 2018; Estudos do Labirinto, Jardim Botánico, Lisboa, 2018; Campo de Visão – Aquisições 2016/2017, Núcleo Arte Contemporânea da Câmara Municipal de Lisboa, Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria, Lisboa, 2018; @ British Bar #3, projecto de Pedro Cabrita Reis, Bristish Bar, Lisboa, 2017; A Arte como experiência do Real, Centro Internacional de Artes José de Guimarães, Guimarães, Portugal, 2017; O que eu sou, curada por Inês Grosso e Luiza Teixeira de Freitas, MAAT, Lisboa, 2017; RE IN-UTILITAS, curada por João Pinharanda, Galeria Fundação EDP, Porto, Portugal, 2015.

Está representada nas Colecções Culturgest-Caixa Geral de Depósitos, Portugal; Fundação EDP, Portugal; Ivo Martins, Porto; Pedro Cabrita Reis, Lisboa; e outras colecções privadas em Portugal.

Folha de sala